Autor: Pedro Fagundes de Borba
Composto por múltiplas e sobrepostas camadas distintas, o espírito carrega em si uma grande complexidade de coisas, de jeitos e de características. Várias das quais não conseguem compreender, muitas vezes ficando limitado ao sentir dela, sem de fato entendê-la. Fica sentindo, percebendo sua existência e vendo aquilo que tem e sente. Dentro disto, se depara com as mais estranhas formas de seu ser. O que faz com que vá se conhecendo e, muitas vezes, melhorando. Pois conhecemos apenas pequenas partes de quem somos, e vamos descobrindo mais ao longo da vida, baseado em quem somos no que sentimos, no que passamos e no que passamos neste tempo.
Com isto, vamos descobrindo muito sobre os nossos próprios aspectos, muitas vezes nos surpreendendo, positiva e negativamente, com o que vemos. Sobretudo porque alguns aspectos e lados nossos parecem não se encaixar com outros. Há também lados que são negativos, que acabam trazendo e beirando coisas ruins, mas que podem ser arrumados, melhorados. Muitas vezes o que acontece mesmo é uma contradição entre as partes internas, na qual uma parece não fazer sentido com a outra, mas em verdade podem ser dois lados dele, ou alguma está desorganizada, mal colocada em relação à pessoa. Depende muito de quem é aquele espírito e as suas características intrínsecas, aquelas das quais estão nele, o fazem ser quem é e vão sendo gradualmente descobertas.
Neste processo passam todos os espíritos conforme vivem, sentindo coisas diferentes dependendo de quem são. Cada sentir e posterior racionalização e entendimento disto fazem com que o espírito se perceba e se encaixe enquanto pessoa vá entendendo seu ser, seus caminhos e como este se coloca e encaixa na vida. Ao viver, muitas destas características sendo afloradas, vão aprendendo a ligar umas nas outras, fazer com que se saibam quem se é e a totalidade do seu ser, criado perante a Inteligência Suprema. Neste processo, se descobre e são vistas muitas mais coisas, em níveis muito maiores do que alguém suporia em princípio. Nisto tudo está inclusa a transformação e melhoras, confrontando estes vários aspectos.
Passar por esta transformação e fazer estes encaixes espirituais é um processo de altos e baixos. Há momentos de grande prazer, especialmente quando os encaixes são feitos e as coisas fazem sentido. Mas também momentos de muita dor e angústia, quando as coisas se soltam ou são descobertos lados dolorosos, desencaixados. E assim o espírito consegue melhorar e se encaixar consegue, vendo mais coisas sobre si e se tornando melhor aquilo que é e traz. Estando consigo, descobre mais aspectos dele e da vida, ficando mais forte nestes espaços e locais, percebendo melhor as coisas.