Autor: Pedro Fagundes de Borba
Uma das capacidades inertes, que nos fazem ver que estamos aqui e que a vida existe é a percepção. Originada primariamente das sensações dos cinco sentidos, juntamente com a consciência. O captado pelos sentidos e decodificado e entendido pela consciência permite aos espíritos que saibam de sua existência e a interpretem, façam ações diretamente ligadas a este saber, a esta realidade. Mesmo aqueles que não possuem tal consciência percebem a vida pelas sensações, estando constantemente ligados a vida por elas, de maneira sucessiva.
Por tais percepções, todos os espíritos já encarnados assim viveram durante seus períodos de encarnação. Em cada um deles como uma pessoa diferente, cada uma com uma personalidade distinta da anterior, ainda que com algumas essências espirituais comuns. Nesta sucessão, muito já se escreveu sobre a vida e suas características, por vários povos e culturas, muitas em cosmologias totalmente diversas das dos outros. Ainda que tenha havido diversas influências temporais, muitos contemporâneos influenciando, não sem força política e poder, alguns outros.
Estando então nesta encarnação, sentindo e nos tornando as pessoas que viemos nesta vida, passamos a mesma questionando, pensando, refletindo e vivendo sobre tal condição, o que gera a existência e, especialmente, como é tudo isto, de onde vem e o que é. A resposta mais sensível e certeira, ainda que seja bastante vaga é a de Allan Kardec, o professor Rivail em “O livro dos Espíritos”: é a Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas. Ou seja, Deus. Como o ser superior, que transcende e ultrapassa todo o conhecimento e saber humano, está a Divindade, aquele que tudo terá criado e feito, tendo consigo as respostas e a essência do que é a vida, morte e tudo o mais que existe e não é diretamente conhecido. Por ter sido sua criação, vai além do que concebemos ou podemos saber. Tal ideia é a única capaz de abarcar a totalidade da vida e do universo, sem diminuir ou desmerecer qualquer de seus aspectos. Uma vez que a vida e tudo o que conhecemos e existe está muito além do que compreendemos.
Por isto, a percepção espiritual torna-se a base sensível para sermos quem somos e o que sabemos, sendo a camada e a janela principal do vivo, do existente. Através dela o espírito vive se sensibiliza, se percebe, se vê capaz de se tornar o que é e chegar a seu grande ponto. O que é essencialmente viver a vida, embora esta seja dominada pelas leis dos homens. A qual, embora não se iguale as de Deus, precisa ser sempre aprimorada, baseada nas necessidades e faculdades humanas. Tal saber é a base viva da vida, na qual o espírito encarnado, em profunda atenção e percepção, está sendo vendo a si, aos outros e a sociedade.
Em termos essencialmente presentes, a percepção é aquilo que nos consegue fazer viver e perceber. Não necessariamente entender, mas sentir o que é real e o que está na existência. Por isto o espiritismo se reafirma, em seu tripé filosófico, religioso e científico, como a doutrina mais capaz e presente, mais atenta a tais realidades e percepções. Sabendo de Deus e dele investigando, sempre se lembrando do mais elevado dos espíritos, Jesus Cristo, estão sempre atentos e prontos para entender mais e também estar junto aos encarnados, os quais estão agora também na vida, formando nossa época atual. E percebendo, sempre ajudando a esclarecer e melhorar a vida.