Autor: Pedro Fagundes de Borba
Uma figura emblemática como o médium João Teixeira de Farias pode ser uma das melhoras maneiras de se explicar algumas coisas. Antes do escândalo, era muito respeitado, considerado um homem de elevadíssimo espírito, na linha de Chico e Divaldo. Mais do que isso, era mundialmente famoso, visitado por pessoas de todo mundo, em seu centro em Abadiânia em Goiás. Possuía grande prestígio e força, sendo também dono de inúmeros negócios na cidade em que atendia. Atuava em diversos países, e atendeu famosos brasileiros e internacionais.
Com tudo isso, sua bondade e elevação espiritual jamais tinham sido posto a prova ou questionada. Porém, em 2018, tudo mudou. Começaram uma série de denúncias de mulheres contra o médium, sobre a acusação de abuso e assédio sexual. Investigado, foi constatado que sim, principalmente após análises das cirurgias e do espaço onde João trabalhava. Com isso, tudo se voltou contra ele, levando a uma reavaliação completa da pessoa e do espírito que é João de Deus.
Disso, se consegue ver o quanto espíritos baixos e ruins conseguem crescer e se passar por elevados. Pois, astutos e rasteiros, sabem como se aproximar de espíritos médios e mesmo elevados para conseguir moral, fama, fortuna e muitos outros atributos. Não apenas na área e nos centros espíritas, mas também em praticamente todos os lugares e coisas que seres humanos fazem. E dentro disso, por sua sórdida astúcia, conseguem grande espaço e respeito dos demais.
É uma característica do espírito humano, uma facilidade que se tem. E que encontrou em João de Deus um exemplo em um lugar sobre o qual se via o espírito humano. Antes de seu escândalo, o respeito que recebia demonstrava bem o quanto tinha conseguido enganar. Além de mundialmente famoso, mantinha inúmeros negócios em Abadiânia, sendo a principal referência da cidade. Era considerado um espírito elevado, embora estivesse num dos níveis mais baixos possíveis. E sabia usar sua baixeza para enganar e parecer outra coisa.
Durante todo esse tempo, praticava seus abusos sexuais. E crescia sua perversidade, seu cruel espírito. Porém, ao ser denunciado, soube-se quem era e a pessoa por detrás de tanta suposta bondade e elevação espiritual. Como já era anunciado pelo Evangelho de Lucas: “Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia (...)” (Lucas 12:2-3). João de Deus escondeu sua maldade por décadas. Até que acabou sendo revelada, por intermédio de vítimas. E foi revelado.
Assim se ilustra alguém que tentou passar por elevado, mas era sórdido. Uma hora, isso seria revelado. E em nenhum momento o médium conseguiu reverter e mostrar que era bom. Pois não era. É baixo, sórdido e perverso. Não possui a mesma elevação e bondade dos grandes médiuns brasileiros, como Chico, Divaldo, Zé Arigó, Bezerra de Menezes ou Otília Diogo. Se é de fato um médium, é um ruim e baixo, com uma mediunidade idem. Por isso, vemos o quanto os espíritos podem ser enganados pelos maus. Mantenhamos a mediunidade atenta para detectá-los.