COLUNISTAS

Autor: Pedro Fagundes de Borba

Axiomas científicos

7/5/2022 - Várzea Paulista - SP

        A criação e consolidação do método científico permitiram grandes e importantes descobertas. Nas áreas da medicina, da física, biologia, química, todas bebem das suas cinco etapas. Tal método de análise permite ao cientista natural olhar para seus objetos, vê-los e concluir. Afinal, as cinco etapas básicas são: observação, problema, hipótese, experimento e conclusão. Através delas, é mais possível se desenhar e entender a realidade, ao menos num aspecto mais natural, mais de processos e questões não humanas. Porque ali está sendo observada a realidade do mundo, nas áreas acadêmicas e científicas citadas.

        Idiossincrasias humanas, por outro lado, estão em outra esfera. Não porque não possuem métodos de análise ou de estudo, mas são feitas por outros lados. Ciências como a política, sociologia, antropologia e psicologia se organizam de maneiras um pouco distintas, categorizando e colocando de acordo com seus métodos e estudos. Sociologia se embasa nas relações sociais, ou seja, o que há entre os grupos que compõem a sociedade. Psicologia, no estudo das características da mente humana, levando a entender como é e porque é como é. Antropologia nas características humanas, variadas por questões como cultura e política. E a política como a política se organiza.

         Pela questão científica, as ciências naturais usam de um método comum, que dá grandes benefícios, descobertas e análises a respeito de seus materiais. Pela observação e constatação do problema, há uma questão não solucionada, a qual precisa de resposta. Resposta essa que pode se desdobrar em inúmeros benefícios e/ou descobertas. Como a criação de algum remédio ou a descoberta da cura de uma determinada doença ou novos avanços da ciência que levam, direta ou indiretamente, a melhorias na vida. Ainda que nem sempre.

        Portanto, a questão da ciência é fundamental para o entendimento do mundo. Pelo que citei. O codificador do espiritismo, Allan Kardec, não duvidada disto. Tendo sido um grande gramático e pedagogo. Mas percebeu que, isoladamente, tal método não poderia significar a realidade inteira, ou o universo inteiro.  Pois há tanto questões de natureza transcendental, e a impossibilidade de ficar-se limitado apenas ao racionalismo científico, que surgem axiomas da ciência. Porque na incapacidade de demonstrar tudo, fica limitada ao ceticismo. E tudo parece apenas um grande mecanismo, uma grandiosidade incompreensível criada por basicamente nada ou ninguém, de acordo com o ceticismo.

       Facilmente, é perceptível o quanto isso não consegue falar sobre a complexidade universal, ver que há mais coisas por detrás. Os axiomas acontecem tanto no fator a respeito de não se conseguir responder a todas as questões que surge, quanto da impossibilidade aparente de se explicar o universo sem a existência de algo maior. Tais axiomas são, por definição, a visão da questão divina, como algo que vai além do que sabemos e conseguimos saber. Além deles, há várias outras lacunas da ciência, que geram outros axiomas.

        Enfim, por todos esses aspectos, vemos a importância da ciência como processo de entendimento e investigação, mas que não responde por todas as questões.  Assim, além dela, há Deus, e uma série de lacunas, principalmente metafísicas, que não podem ser explicadas apenas pelos processos céticos e racionalistas. Ultrapassam isto, na medida em que se afirmam com base em coisas talvez não possíveis de se demonstrar. O espiritismo tem a relação entre espíritos, Deus e realidade para por as coisas em seus termos e formatos. E assim busca entender a vida cientificamente, sabendo a criação de Deus por trás, demonstrada pelos axiomas. Fazendo mais lógica e visão a vida, serenidade pode surgir e nos colocarmos nela. O que sabemos é limitado e pequeno. Deus é muito maior, e talvez nunca o entendamos completamente.