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Pedro Fagundes de Borba

Autor: Pedro Fagundes de Borba

Literatura de Natal

19/12/2021 - Várzea Paulista - SP

       Natal é o momento para se celebrar os valores humanos mais profundos, ou os melhores, ao menos. Se a prática muitas vezes termina sendo distante da teoria, a data continua mantendo ponto como referência. O chamado espírito natalino é mais um slogan e um jargão comercial de filmes e outros comércios, mas não deixa de ter seu fundo de verdade. Pois se refere à certa bondade e uma certa caridade, as quais se pode ver um ideal ou, pelo menos, algo positivo a respeito e sobre. Se for necessário consertar os problemas do mundo, e as doações não farão isso, um senso a respeito, alguma ideia relacionada se faz necessária.

        Para celebrar estes valores e demais ideias relacionadas, muito se pensou e se interpretou o natal. Em várias áreas das artes, a data é vista e pensada, por seu alto valor. Isso porque, por ser o nascimento de Jesus, salvador dos cristãos, tende a trazer uma série de valores e de levantamento de questões sobre os problemas do mundo. Por Cristo ter uma questão muito forte de bondade, justiça e humanidade, sua imagem e pessoa são sempre um parâmetro para as questões e problemas que aparecem, tanto para encontrar soluções, quanto saber quais medidas tomar e como.

       Alguns afirmam que a própria história de Jesus Cristo e mesmo o resto da Bíblia se trata de literatura. Ainda que provavelmente não seja bem por aí, dá pra se enxergar sim aspectos literários e ótimas construções de personagens no Antigo e no Novo Testamento. Muitos grandes autores se inspiraram em figuras ou em questões bíblicas para fazer-se crescer literariamente, enriquecendo seus textos. Alguns nomes a serem lembrados assim são Dante Alighieri, Machado de Assis, William Faulkner, Liev Tolstoi e Cálderon de La Barca. De maneiras diferentes, trouxeram pontos bíblicos relacionados, inspirados pela grande amplidão e profundidade dos temas e ideias levantados. Muitas vezes, cobriam pontos e ideias diferentes, mas a Bíblia e Cristo estavam lá em suas maneiras.

       Também foi bastante lida por questões de filosofia, tendo sido importante para pensadores como Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, Santo Anselmo de Cantuária e Edith Stein. Filosofia relacionada a estas ideias também trouxe muitas questões e levantamentos importantes. Com muita inspiração dos gregos e romanos, conseguiram engrandecer a filosofia e as visões do mundo através dos estudos bíblicos. Não se trata especificamente de literatura, de arte literária, mas bebem da mesma fonte, neste caso. Por toda a importância de Jesus Cristo, seu nascimento se tornou uma data muito celebre. Então, o Natal tornou-se mais do que uma data ou uma festa religiosa, mas uma cultura, um momento em que a sociedade vê algo maior acontecendo.       

     A respeito de falar sobre a data, também muito já se fez, em várias formas, abordando também os mais diversos temas. Um exemplo de algo bastante peculiar, colocado por tudo aquilo que é se trata de “Natal galponeiro”, pajada de Jayme Caetano Braun. O pajador rio-grandense fala a respeito do Natal, do espírito natalino como um campeiro, um gaúcho mesmo. Neste ponto, muito pela cultura missioneira também, se sente profundamente marcado tanto pela realidade quanto pelo natal. Ou seja, fica uma marca gerada pelos sentimentos e realidade. Por causa de tudo isto, aquilo que se tem é, essencialmente um sentimento natalino mesclado com as características mais intrínsecas e reais.

       Literariamente falando, uma das mais conhecidas histórias natalinas, é “O conto de Natal”, do Charles Dickens. A conhecida história de Ebenezer Scrooge, velho avarento que é avisado pelo fantasma do falecido sócio Marley, que receberá a visita de três espíritos, para que se torne melhor e não se torne uma alma condenada. É então visitado pelos fantasmas dos natais passados, presente e futuros. Consegue ver quem era e aquilo que se tornaria naquele caminho, adotando outro. Uma história muito boa e traz ideias natalinas muito interessantes.

      Então, usando destes exemplos, vemos como o Natal é de fato uma data complexa. Porque vai concretizando e fazendo passar não apenas questões religiosas, mas culturais, em graus e formas variadas. Sendo uma das grandes datas, se torna algo que cobre todos. E faz com que culturalmente se tenha muitos aspectos. Fala sobre valores e ideias em jeitos e colocações variadas. Natal é então um momento comercial e cultural, com joios e trigos. Continua sendo importante e reflexivo em alguns momentos. Uma data bonita, com algumas distorções, mas continua tendo seu valor. E a literatura põe alguns significados e retratos sobre este, fazendo novos significados ficar maiores.

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