Autor: Pedro Fagundes de Borba
Como resultado de supostas descobertas acadêmicas, surgiu a ideia dos pronomes neutros. Sua base sendo em estudos sobre gênero, não conseguindo interpretar corretamente questões relacionadas e pontos de identidades. Se, por um lado, identidades e orientações sexuais são diversas, por outro, não descaracterizam a pessoa em questão. Continua existindo as questões relacionadas, especialmente relacionadas ao masculino e feminino.
Tendo como base, entre muitas outras coisas, as diferenças sexuais entre corpos, segue-se tendo esta visão, estas concepções humanas. Sua existência, principalmente em meios acadêmicos, já foi questionada a exaustão, mas nunca conseguiu ser efetivamente superada. Independente de sua origem ou base é algo real, por ser uma identidade profunda, que caracteriza e compõe as pessoas, isto é, está sempre presente em nós e na sociedade.
Um dos pontos centrais destas formas é a maneira como a cultura, a sociedade e os pensamentos acontecem e existem. Nelas, a concepção de masculino e feminino pode ter algumas variações, mas suas ideias básicas são comuns, isto é, existem. Em termos sociológicos, o que mais pode variar são as funções exercidas baseadas no gênero em questão. Dependendo da cultura, se pode fazer uma ou outra coisa, geralmente baseado em alguma diferença sexual ou corporal. Ainda assim, esta visão é algo real para que se façam distinções e criem-se estas duas formas.
Com os estudos antropológicos tendo descoberto diferentes formas de se comportar neste sentido, alguns passaram a fazer questionamentos em relação a tais identidades. No entanto, não rompem com as características e suas existências apenas as negam. Uma vez que se sente parte de alguma outra identidade não se rompe com estas noções, excluindo a ideia de neutralidade. Mesmo alguém que altere o gênero, por qualquer razão, não se torna algo neutra, desprovido de identidade masculina e feminina, se adequando mais ao que acredita ser, se sentir parte. Está sempre em algum dos “pólos”, podendo se sentir em um ou em outro. Há intensas e muito válidas discussões sobre o porquê alguém se sente pertencente a outro gênero do que o que nasceu e a validez disto. Este não é o ponto aqui, embora seja um tópico importantíssimo para esta discussão. O foco se trata de falar sobre a não neutralidade, não porque as supostas mudanças são motivadas.
A ideia dos pronomes neutros não passa de uma aberração linguística que descaracteriza a linguagem, as identidades e o ser. Falando em neutralidade de gênero, que não existe nem existirá, tenta negar as características e existência do que faz os gêneros, se fazendo algo neutro. Tento em termos de língua quanto de ideias estas não são outras coisas que não algo tóxico e nocivo, uma vez que nega e tenta fazer não haver tais características, que são reais e estão presentes. Tais formas constituem pontos importantes em relação a identidades e também referentes à própria maneira de se ser, por trazer e buscar pontos reais, de caracterizações e maneiras de identidade igualmente reais.
Mesmo a questão identitária não sendo tão simples quanto simplesmente o sexo natural do nascido, nada leva a descaracterização, à morte do masculino e feminino. Porque a identidade possui esta íntima relação com estes arquétipos, estas formas. Buscar pronome neutro é destruí-las, destituir as pessoas de suas identidades, tanto como seu ser, quanto sua própria capacidade de se reconhecer, se entender, ver como é, quais suas características. O novilinguismo dos pronomes neutros levará a um projeto de apagamento, negação, para que não se entenda mais estes pontos.
Tais negações não podem ser consideradas propriamente algo feito apenas para controle, pois também caem sobre aqueles que a fazem. Trata-se antes de um pesado equívoco, baseado em algumas abominações pensadas a partir de pensamentos rasos que nada significam senão a destruição dos significados e caracterizações. Aqueles que se deixam ir por tamanha besteira estão se descaracterizando e se destruindo juntamente, negando as próprias características, juntamente com suas bases e formações. Muito provavelmente, esta proposta não irá adiante, não sendo aceita pela população, muito menos gerando reformas linguísticas, as quais o português já possui tantas e desnecessárias, uma vez que é irreal. Suas ideias e formulações não levam a nada senão a um vazio, incapacidade de se perceber, do que se é. Se isto pode ser agradável para alguns grupos, principalmente à alguns acadêmicos, é implausível às pessoas e a própria realidade, uma vez que as pessoas continuam sendo masculinas ou femininas, sua identidade existindo com base nisto.