COLUNISTAS

Autor: Pedro Fagundes de Borba

O fim de Eddy

4/4/2021 - Várzea Paulista - SP

         Da literatura francesa contemporânea, um dos maiores nomes, com forte destaque, é Édouard Louis, ainda bastante jovem. Nascido nos anos 90, fala do contexto literário vivido, na literatura francesa e na literatura mundial, criando sobre isto, disto fazendo parte.  

         Conta sua vida como homossexual pobre que sofre homofobia por parte do vilarejo francês em que vive, na Picardia. Nisto, narra sofre bullying no colégio, visão dos pais sobre, especialmente o pai, que espera macheza do filho, afeminado e também as próprias visões. De como se tornou Edouard Louis, abandonando o nome Eddy Belleguelle, entrando depois em um liceu para música.

          Na história que conta, o que se destaca é sua linguagem direta e crua, nomeando as coisas por seus nomes mais profundos enquanto leva para vários lados tais palavras, tornando-as completas por isto. Nesta linguagem, descreve o vilarejo, suas relações, desejos e personalidades, sua e dos que com ele convivem. Também é importante notar, por sua importância na obra, a questão política descrita, que se mescla com sua experiência, fazendo parte integralmente daquele contexto, um de seus aspectos principais, caracterizando muito do que acontece.

          Considerando o período contemporâneo da literatura, a escrita de Louis se mostra forte e necessária não somente pelo tema, importante e atual, como também pela forma como narra, como os transparece em literatura. O que faz com que a narrativa carregue elementos de aspectos sociais, tornando-os efetivamente, narrativamente objetos e parte da construção literária, como também as personalidades dos narrados e do próprio narrador personagem, expondo os problemas deles e dele, o que cada um é e é feito. Neste sentido, traz á tona diversos aspectos em sua narrativa, tornando-a capaz de mostrar uma realidade em uma complexa totalidade. Um caminho importante para a literatura agora.