Autor: Pedro Fagundes de Borba
Mergulhada em sua complexa composição espiritual, a vida revela muitos de seus traços e características através de práticas, de feitiços, revelações e sabedorias. A composição do universo é, neste sentido, uma complexa forma de muitos fatores convergentes de maneiras misteriosas.
As práticas e formas místicas carregam contatos com estas forças e características, nem sempre sendo a força em si, mas sempre uma maneira de manter contato com estas, entender ou se ter noção do que são e o que mostram. Sendo Deus a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas, é o que forma todos os mistérios e formas que não compreendemos, mas podemos ter contato, não para entender ou compreender, muito menos ser, mas sentir.
Armadilhas neste processo são fatais, exigindo muito cuidado e atenção para o que se está fazendo e defendendo, evitando cair nestes espaços e se tornar algo distante do que se caracteriza. Entendendo pelo que se passa e anda, se descobre a magnificência e a grandeza do que se vive e do que se vê.
Quanto a nosso ver em relação ao universo e suas características, a mente é um caldeirão. Joga dentro de si o que vê e tem, fazendo boiar em suas águas e aquece. Durante a fervura, se sente o aquecer, o queimar, o doer, o cheiro daquilo que se cria e a ardência da temperatura. Torna-se o caldo que esfria depois.
Este caldo frio, que se reaquece posteriormente para engrossar, é a percepção, a noção do que se tem com relação à vida, ao vivo. A percepção nem sempre acerta sobre o que vê, mas sempre se forma a partir disto. Com esta se vive, se percebe, se caracteriza. Esquenta-se novamente para mudar ou aprimorar percepções, vivendo um quente período para então se esfriar e se seguir mais tempo. Neste processo, se aprimora e aprofunda o conhecimento de vida, o que somos, onde estamos e quem e como é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.