Autor: Pedro Fagundes de Borba
Nossa vida se dá através dos anos. Nascemos em um e morremos em outros, quanto maior a distância entre eles melhor, tendo consciência de que acontecem. Pela misteriosa e obscura natureza do tempo, baseados, entre outras coisas, nas estações e na organização que fazemos a partir das nossas características sociais, o condensaram em anos, esta unidade de tempo medida pela nossa noção temporal, de que maneira a cronologia existe.
Por tal organização falar profundamente conosco, afetam muitas de nossas características, fazendo com que nos moldemos e também sejamos parte disto, especialmente quando nascemos após a solidificação destas formas de organização. Cada época do ano implica um sentimento diferente, tendo desde sentimentos coletivos, datas marcadas socialmente até tipos sociais que se sentem de maneira especifica em algum momento do ano.
Tendo certo caráter cíclico, por ser algo fechado, repetitivo e coisas comuns acontecerem em todas às vezes, possui também um caráter de continuidade, de prosseguimento da vida, uma vez que essa se dá e acontece influenciada parte pelo ano e parte por si mesma, por suas próprias características. Esta travessia sempre se dá em parte por seu caráter próprio e pelos aspectos externos a ela formando, dialeticamente, um todo.
Sendo assim, o ano novo é o momento em que ocorre a troca, em que alguns dígitos são trocados, acompanhando o acontecer de um novo ciclo, em que características anuais se repetirão enquanto a vida prosseguirá sua travessia, sua continuidade, fazendo com que tenha diferenças e semelhanças com relação o ano anterior.
Portanto, cada ano que acontece é um ciclo nosso que gira novamente, levando para um mesmo caminho diferente. Percorremos este passando e sentindo coisas em comum com anteriores e novas também, sempre com ideias e sofisticações maiores que os do passado.
Tendo nossa sociedade, em consequência nossa vida, se moldado e se criado em formato de ano, a vida que conhecemos assim se molda e faz, participando intensamente deste todo, assim sendo. Nisto, nos vemos e colocamos. Nisto, somos. Nisso vivemos e giramos, fazendo a vida existir, conforme entendemos o que passamos. Os anos, correndo, nos mostram nosso tempo.