Autor: Augusto Branco
Não sei refletir e escrever sobre o mundo sem olhar e visualizar as pessoas.
Talvez se um dia aprender a refletir e escrever o que todas as pessoas gostam de ouvir e ler, eu pare de escrever e falar.
Pois se alcançar este estágio a minha reflexão e escrita não terão mais sentido, e o mundo pode se tornar um gueto onde todas as pessoas construirão um mundo individualizado somente para si.
Admiro quem escreve, e principalmente quem fala da vida mesmo não sabendo escrever.
Esta combinação gera conhecimentos compartilhados que ajudam nos registros da história vivida de forma individual e coletiva.
Escrever e falar da vida pode ser considerado relevante e irrelevante, isto é; depende do ponto de vista de cada, escritor, orador, leitor e sujeitos da própria história.
Na vida e no mundo não existem somente coisas lindas, onde existe a paz, amor, paixão, perfeição...
Existem as coisas banais como a violência, ódio, desilusão, imperfeição... Que aparecem como as contradições dos relacionamentos humanos.
As contradições existentes nos relacionamentos podem contribuir para aperfeiçoar a vida no mundo! Claro, desde que possamos refletir sobre qual caminho seguir.
Mas, a reflexão por si só não solucionara estas contradições, e muito menos conduzira ao caminho da paz, amor, paixão, perfeição...
São as ações e lutas individuais e coletivas das pessoas, que geram novos caminhos para a humanidade, e consequentemente será óbvio que haverá a necessidade de novos registros históricos da escrita, e da oralidade das pessoas.
Amar o mundo e viver nele como se fosse um mundo perfeito, talvez fosse um conjunto de sonhos imperfeitos, sem sentido e distante de ser conseguido, se o amor e a vivência humana permanecessem individualizados!
No momento que existe luta para que amor e o mundo se tornem real e melhor, este amor e o mundo deixam o campo individual dos sonhos e se tornam sonhos e realidades concretas do coletivo e, portanto impossível de serem somente sonhos imperfeitos.
Acredito no poder da escrita e da fala, quando existem relações interligadas entre o mundo real e o mundo dos sonhos, (individual e coletivo).
Acredito na vida e sonhos imortalizados pelos mundanos de bem, que por essa terra passaram, e deixaram seus legados para que pudéssemos continuar a dar sentido a nossa vida, e nossa própria história.