Autor: Augusto Branco

O Majestoso

27/7/2012 - Várzea Paulista - SP

Você conseguia se transformar a cada dia que passava.

Acredito que continue majestoso ainda hoje.

Quando a vi na primeira vez, ignorei sua presença.

Não sei se você lembra, mas estava tão feliz. 

Parecia superior a todos que estava em sua volta, Lembra?

O vento tocava em teu corpo e o deixava com mais vida. 

Parecia que sorria.

E sorria um sorriso que mais parecia gargalhada de tanta felicidade.

Eu não entendia toda essa situação.

É por isso Majestoso, que não pensei duas vezes e o golpeei sua vida com um único golpe.

Bom, pensei que o golpeei.

Você foi mais forte que minhas mãos, meus braços, meu corpo e meu próprio pensamento, que definiu que deveria destruí-lo.

Tenho a certeza que (mesmo que o tempo tenha se passado e atualmente não tenho contato com sua vida) você sobreviveu.

Falo isso, pois sou testemunho de tua luta pela sobrevivência.

Observei que precisava sobreviver.

A prova me deste quando na segunda vez que o golpeei, sua morte não chegou.

Foi exatamente neste ano que resolvi deixar de destruir sua vida.

Então passei a dedicar tempo para te proteger.

Destruí todos os que o ameaçavam, e sempre que me aproximava não parava de admirá-lo.

Parava segundos, minutos e até horas imaginando seu desenvolvimento.

Passei a entender seus gestos que fazia quando o vento e eu mesmo te tocávamos.

Sempre que alguém se aproximava de você, logo ia falando.

Não toque ele, proteja-o, essa figura é superior a todos que o rodeiam.

Ele é minha paixão que resistiu minha agressividade.

Não quero que ele jamais morra destruído pelas nossas mãos.

Quando parti, junto levei sua imagem em meu pensamento.

Guardo sua linda imagem.

Quero que saiba, se um dia você for destruído, eu continuarei a imaginar sua grandiosidade e superioridade na nossa floresta, meu lindo pé de cedro.

Nossa história ninguém apagará.

Somos imortais diante da relação de amor que nos submetemos.

- Luis Ribeiro -