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Augusto Branco

Autor: Augusto Branco

O príncipe e o garoto da favela

3/5/2015 - Várzea Paulista - SP

QUAL A DIFERENÇA DE UM FILHO DA COROA INGLESA E UM GAROTO DA FAVELA?

Fiz essa pequena postagem para registrar uma ideia, não para ressaltar o nascimento de mais um ente da família real inglesa. Fiz apenas para mostrar que as pessoas são todas iguais, mas o meio em que nascem, vivem, as oportunidades que tem, fazem delas os adultos que serão. A sorte que terão.

O casal de filhos dos simpáticos membros da realeza, na essência, são iguais aos meninos e meninas que nascem nos grotões de Corumbiara, Chupinguaia, na periferia de Ji-Paraná, Porto Velho, no interior do Ceará, nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador.

A igualdade acaba ao nascer, quanto ao processo biológico, mas dai em diante é só diferença, pois o meio em que viverão e as condições que terão na vida os tornarão diferentes.

Dificilmente um príncipe ou mesmo alguém nascido no meio das classes sociais mais abastadas serão "hospedes" de um presidio, cumprirão medidas socioeducativas ou algo do gênero.

Aqui entre a ideia do politico e educador Cristóvão Buarque, ex-governador e hoje Senador em Brasília, que defende uma proposta chamada de educacionismo, em que o renomado educador defende que criemos um sistema educacional igual para todos, para que cada um, após oportunidades iguais, vençam ou fracassem, conforme seus esforços pessoais.

A educação igualitária seria a meta a ser atingida no país. O resto cada um faz de acordo com seu talento.

Diante do momento em que estamos discutindo a possibilidade da redução da idade penal, proponho que façamos o inverso, que ataquemos a causa da violência juvenil, a inexistência de uma educação de boas condições a todos.

Sugiro aos nossos parlamentares debruçarem sobre o tema e nos brindarem com uma proposta que nos permita pagar um piso salarial decente aos nossos educadores. Assim poderemos ter condições de fechar os centros de medidas socioeducativas, de não mais querer punir de forma mais severa aqueles que a nossa sociedade jamais criou condições dignas para eles.

:::: Daniel Pereira
(Vice-governador do Estado de Rondônia)

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